AMIZADE UNIDA NO MAR PELAS VELAS E PRANCHAS
Carioca e Paranaense participarão pela primeira vez da REFENO
A amizade entre o carioca Gustavo Sabino, 33 anos, e o paranaense da Ilha do Mel, Nilton Henrique Haluch, 28, surgiu por conta do amor que os dois compartilhavam pelo mar e o surfe. Agora, um novo elemento em comum - as velas - carregou a dupla para uma aventura inédita: a disputa da 22ª Regata Recife-Fernando de Noronha (Refeno). Nilton, um marinheiro nas suas primeiras viagens, abraçou a ideia de Gustavo, velejador desde criança, de trafegar por águas brasileiras durante cinco meses. E a Ilha de Noronha é o último ponto antes do retorno.
Quando Gustavo partiu de Florianópolis, onde mora atualmente, com a ideia fixa de participar da Refeno com o seu barco, o Super Pimpo, Nilton ainda nem sonhava em disputar uma regata em alto nível. Estava feliz com o seu surfe e sua pousada localizada na Ilha do Mel, litoral do Paraná.
Foi aí que o acaso resolveu dar uma mãozinha para formar uma nova dupla. Quando a primeira parte da viagem foi completada, aportando justamente no Paraná, o primeiro parceiro de Gustavo na empreitada literalmente “pediu pinico”, desistindo de prosseguir por conta da pesada rotina no mar. Veio um estalo e o carioca, para dar continuidade à aventura, lembrou do companheiro de pranchas. “O Nilton é um cara do mar, e eu sabia que ele teria facilidade para aprender. O fato de ser dono do próprio negócio também ajuda, pois não é todo mundo que pode tirar cinco meses para um empreitada como essa”, ressaltou o velejador.
A responsabilidade de manter um barco em segurança e no rumo com uma equipe de apenas duas pessoas - a tripulação será reforçada por mais dois tripulantes exclusivamente para a disputa da Refeno - é o grande desafio para o ainda pouco experiente Nilton. “O ritmo é sempre puxado, tive que aprender muitos detalhes técnicos em pouco tempo. Coisas simples como tomar banho e dormir, por exemplo, tornam-se tarefas complicadas’’, disse. Em alto mar, o revezamento até chegar no Recife foi cansativo. “Por uma questão de segurança, em nenhum momento um de nós fica sozinho. A cada duas horas, um vai para o comando e outro fica cochilando, encostado do lado’’, explicou Gustavo. Eles chegaram a completar 50 horas consecutivas nesse esquema.
Trabalhando com prazos para chegar a tempo de competir na Refeno, Gustavo e Nilton não conseguiram ainda colocar todo o seu surfe em ação. “Mas no trajeto de volta não tem erro. Vamos aproveitar cada ponto de parada para surfar”, animou-se o comandante do Super Pimpo. Para a competição, os objetivos estão bem definidos. “O mais importante de tudo é conhecer Fernando de Noronha. Mas, já que estamos em uma regata, vamos tentar competir da melhor maneira possível”.
Fonte: Folha de Pernambuco / Gustavo Paes
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